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Trabalho e o novo proletário: um estudo junto aos estudantes de Administração de Empresas em uma Instituição de Ensino Superior na Região Metropolitana de Campinas.


·  Natalia de Oliveira Matielo – nataliamatileo@hotmail.com, Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino – FAE, Brasil.
·    Romilson Cesar Lima - romilson_cesar@uol.com.br, Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino – FAE, Brasil.

Resumo
Os universitários parecem viver intensificamente na incerteza, aparentam não saber o que realizar no seu futuro. Suspeitam em não corresponder, pois nada parece acontecer de forma previsível em suas vidas com o fim dos empregos e a obrigatoriedade de estarem preparos para se adaptar em um cenário de flexibilidade do sujeito.
            A inserção no mercado de trabalho vem sendo experimentado como uma crise intensa ao passar dos anos onde os jovens universitários passam por situações econômica, social, do mercado de trabalho e vida profissional dominados por condições que fogem do seu controle. A trajetória profissional é vivenciada pelos universitários como algo extremamente complexo e difícil, uma vez que sentem não conseguir exercer qualquer influência ou controle sobre as rotas pretendidas.
Esta pesquisa teve o objetivo de identificar acontecimentos atuais na vida dos graduandos de administração de empresa em uma Instituição de Ensino Superior (IES) na Região Metropolitana de Campinas (RMC). Investigou-se a condição de trabalho dos estudantes e sua percepção sobre o atual cenário do mercado de trabalho.
Palavras-chave: Trabalho, proletário, educação, sustentabilidade.

Abstract
College intensificamente seem to live in uncertainty, apparently do not know what to make in your future. Suspect in does not match, because nothing seems to happen predictably in their lives in order and jobs are mandatory preparations to adapt in a scenario for flexibility of the subject.
The insertion in the labor market has been experienced as a deep crisis over the years where university students go through economic, social situations, labor and professional life dominated by conditions beyond its control market. The career path is experienced by university students as extremely complex and difficult, once they feel unable to exercise any influence or control over the desired routes.
This research aimed to identify current events in the lives of undergraduate business administration in a higher education institution in the Metropolitan Region of Campinas (RMC). Investigated the working condition of the students and their perceptions about the current labor market.
Keywords: Work, proletarian, education, sustainability.
1.     Introdução
A educação no Brasil é determinada na Constituição Federal e Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) organizada pelos níveis governamentais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Cada sistema educacional é responsável por sua manutenção, fundos e fontes de recursos financeiros. A nova constituição reserva 25% do orçamento do Estado e 18% de impostos federais e taxas municipais para a educação. A educação no Brasil é regulamentada pelo Governo Federal através do Ministério da Educação, definindo os princípios e programas educacionais. O governo local é responsável em estabelecer os programas educacionais e orientações oferecidas pelo Governo Federal. As crianças no Brasil estuda no mínimo nove anos, porém a escolaridade é insuficiente. A Constituição Brasileira de 1988 estabelece que "educação é um direito de todos, sendo um dever do Estado e da família, promovida com a colaboração da sociedade, para o desenvolvimento integral da personalidade humana e a sua participação nos trabalhos com vista ao bem-estar comum. O Brasil ocupa o oitavo lugar com 13,2 milhões de analfabetos acima de 15 anos segundo o PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2012, sendo que este resultado podemos levar em consideração como um dos fatores dos impactos ambientais e sociais. (site: < www1.folha.uol.com.br>).  
No estado de São Paulo, formado por 645 municípios, com uma população no ano de 2010 de 41.262.199 pessoas, 25.963.109 já freqüentaram creche ou escolas, apenas 5.380.325 pessoas concluíram o ensino fundamental e 2.051.109 freqüentaram o ensino médio, o que para a graduação, apesar de todos os programas existentes que contribuem para a realização, 1.540.046 pessoas realizaram. Para mestres esse numero reduz para 52.746 pessoas e doutorado 25.568 pessoas no Brasil das escolas públicas e particulares. (Site: < www.ibge.gov.br>).
No mundo contemporâneo temos vivido com intensidade o universo do não-trabalho, o mundo do desemprego, sendo que hoje, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), um terço do trabalho humano mundial está exercendo trabalhos parciais, precários, temporários ou estão desempregados, perambulando para sobreviver. No mundo ocorrem anualmente 337 milhões de acidentes de trabalhos não fatais, que resultam, no mínimo em três dias de afastamento do trabalho, 2,31 milhões de mortes relacionadas por acidentes e doenças, destes, hoje, a maioria sem seguridade por acidente de trabalho, onde perderam seus direitos principalmente pela segurança, qualidade e ambiente saudável, com jornada de trabalho exaustiva, exploração, desrespeito, muito com escravidão ou por trafico de pessoas sem respeitar os direitos dos imigrantes.  (site:< http://www.oitbrasil.org.br>, 2014).
            A sustentabilidade das empresas tornou-se um tema muito comentado em nosso cotidiano e não é devido às empresas estarem duradouras, mas sim por estar ocorrendo tantos encerramentos prematuros de empresas de todos os níveis estruturais, seja ela uma empresa de pequeno, médio ou grande porte conhecida em todo o mundo.
            As perguntas que realmente surgem são: Você se sente seguro atualmente em seu trabalho? Seu ganho salarial e nível hierárquico atual te proporcionam risco de perder o trabalho? Você se sente seguro em saber que o mercado de trabalho está cada dia mais competitivo com novas pessoas formadas? Quais os impactos sociais que essa insegurança proporciona na sua qualidade de vida? Como ter um desenvolvimento sustentável mantendo a segurança social (emprego e renda)? Com a graduação, você espera ter um maior reconhecimento profissional e salarial?
            Esta pesquisa teve o objetivo de identificar acontecimentos atuais na vida dos graduandos de administração de empresa em uma Instituição de Ensino Superior (IES) na Região Metropolitana de Campinas (RMC).

2.     Referencial teórico
2.1 Trabalho e proletário
Como orientação dos processos produtivos o liberalismo clássico servia de base teórica e filosófica sobre a natureza e comportamento dos homens onde o trabalhador tinha toda a sua vida no trabalho, sendo que, até as suas necessidades básicas não eram consideradas. Segundo Rodrigues (2009) Taylor a partir de métodos empíricos pensou em uma produção mais individual com base para um melhor e maior desempenho global da indústria, ou seja, deduziu formas e pesquisou métodos mais eficientes para o desempenho de máquinas e dos trabalhadores. Em relação ao contexto da época, Taylor tinha preocupações não só empresariais como também sociais, sendo que Henry Ford foi um adepto ao Taylorismo, defendendo os aspectos físicos do local de trabalho para conseguir unir um melhor rendimento com uma maior humanização é preciso dispor de acomodações amplas, limpas e ventiladas. O Taylorismo e o Fordismo acabaram proporcionando na época aos trabalhadores uma melhor condição de trabalho, melhor qualidade de vida, tanto no aspecto motivacional quanto no ambiente físico de trabalho.
Para Limongi-França (2009) o ambiente organizacional está rediscutindo burocracia, tempos e movimentos, relações humanas e éticas, onde novas relações de trabalho têm sido impulsionadas pela globalização que certamente estão refletindo na saúde, segurança e expectativa dos trabalhadores. Reivindicações acontecem em diversos países para que ocorra a diminuição da carga horária de trabalho e quando atendidas, esse tempo livre que deveria ser destinado ao descanso, é ocupado com o turismo e o consumismo. As pessoas são formadas por um complexo biopsicossocial, ou seja, apresenta potencialidades biológicas, psicológicas e sociais que respondem as condições de vida.
Para Chahad e Cacciamali (2003), o número de desempregados cresceu substancialmente no final dos anos noventa, principalmente em um grupo de vital importância para a sobrevivência, que são os chefes de família. Alguns fatores acabaram contribuindo para que isso ocorresse entre eles a pressão demográfica, onde as altas taxas de natalidade se refletem no alto número de jovens com dificuldade para arrumar empregos; transformações tecnológicas, onde as mão-de-obra são poupadas; e uma população buscando trabalho com baixa escolaridade.      A mão-de-obra feminina no decorrer das últimas décadas cresceu proporcionalmente mais que a masculina. Na disputa por um posto de trabalho o nível de escolaridade tem sido um elemento fundamental, ocasionando um declínio no número de trabalhadores analfabetos e com escolaridade inferior a quatro anos de estudo conforme descreve Chahad e Cacciamali (2003).
            Em meados de 1980 no Brasil os sindicatos começaram a reivindicar a participação dos trabalhadores nos processos de trabalho, ou seja, ritmo, duração e intensidade, especialmente em decorrência das transformações tecnológicas, gerenciais e organizacionais, sendo estas acarretam fortes impactos sobre o trabalho. Segundo Chahad e Cacciamali (2003) os sindicatos além das negociações salariais e das condições de trabalho passaram a negociar temas de abrangência nacional como reforma tributária, reforma fiscal, reforma trabalhista, previdenciária e política nacional do salário mínimo, além de outras transformações no mundo do trabalho: participação do trabalhador em lucros e resultados da empresa e redefinição da jornada de trabalho. Em relação às condições de trabalho o grau de exposição dos trabalhadores ao processo produtivo tanto físico quanto mentalmente tem feito crescer a preocupação coma a saúde e segurança no trabalho.
Segundo Marx (1845): “O trabalho mecânico fadiga ao máximo o sistema nervoso; suprime o jogo variado dos músculos e confisca qualquer livre atividade física e intelectual. Até a maior facilidade do trabalho torna-se instrumento de tortura, já que a máquina não dispensa o operário do trabalho, mas faz com que o trabalho perca o interesse. Toda produção capitalista (...) tem sua característica: uma vez de dominar as condições de trabalho, o trabalhador é dominado por elas...”.
A marcha uniforme do meio de trabalho, a composição particular do corpo de trabalho e a subordinação técnica do operário que é formado por indivíduos de idade e sexo distintos acabam criando uma disciplina militar tornando o regime absoluto das fábricas desenvolvendo a distinção dos operários em trabalhadores e supervisores ou em soldados e suboficiais da indústria (Marx, 1845).
            A fonte de todas as alienações é a divisão capitalista do trabalho, estropia o trabalhador fazendo dele um monstro, como em uma estufa, favorece o desenvolvimento de habilidades parciais suprindo todo o mundo de capacidades e instintos. Trabalho manual e trabalho intelectual apresentam uma cisão que faz do operário um trabalhador estropiado e parcial (Gorz, 1996).
            Para Gorz (1996) o comunismo é o movimento que suprime a divisão do trabalho, sendo que, subdividir um homem é assassiná-lo, essa subdivisão do trabalho é o assassinato de um povo. Instalações e máquinas não são somente meio de produção, mas sim, abrangem igualmente as técnicas e á ciência incorporadas a elas, dominando os operários como uma “força produtiva independente do trabalho”. Em nenhuma hipótese a classe operaria no poder não pode tornar o trabalho mais leve, reduzir sua duração e aumentar-lhe a remuneração, já que a determinação capitalista do trabalho acaba sendo independentemente até das finalidades inaceitáveis da produção capitalista, a negação da liberdade e destruição do trabalhador; resumindo a sua alienação.          
Da General Motors à Microsoft, da Bennetton à Ford, da Toyota ao McDonalds, o mundo produtivo e de serviços ainda carece de uma dada forma de trabalho, seja ele material, produtivo ou imaterial. A própria existência do capital financeiro supõe algum nível de lastro produtivo e com ele se imbrica. O trabalho, portanto, não se tornou mera virtualidade, ainda que venha sofrendo mutações e metamorfoses significativas. Não é ficção que a Nike se utiliza cerca de 85 mil trabalhadores e trabalhadoras, esparramados em tantas partes do mundo, que recebem salários degradantes; não é ficção também que o primeiro segredo da Toyota foi procurar envolver a classe trabalhadora japonesa no projeto da “Família Toyota” (seu lema na década de 1950 era: “proteja a empresa para proteger sua vida”), como nos ensinaram inicialmente Satoshi Kamata, e mais recentemente o crítico Thomas Gounet e o pouco crítico Benjamim Coriat. (Antunes, 2005).



2.2 Precarização, informalidade, terceirização e privatização
Desde o início dos anos 80 o trabalho vem sendo atingido pelo rápido processo de reestruturação produtiva por que vem passando a economia global e as profundas transformações, à raiz desse processo. Um dos temas mais controversos da Sociologia nos últimos anos vem sendo o trabalho. A imagem de uma sociedade da comunicação libertada das carências vai desde o leque de alternativas contempladas e discutidas, na qual poucas horas de trabalho seriam suficientes para que a humanidade tivesse suas necessidades materiais satisfeitas, a uma sociedade apartada, caracterizada por uma enorme massa de excluídos, condenados ao trabalho árduo e desqualificado, marcado pela insegurança e baixa recompensa financeira (Leite, 2000).
            O princípio não determinista tem levado os estudos a partir da consideração de que, o processo de globalização pressupõe formas de inserção diferenciadas dos países na economia global ao invés de uniformizar as estruturas produtivas nas várias regiões do mundo, sugerindo que, nem sempre o que ocorre nos países centrais se repete ou se repetirá futuramente da mesma forma nos demais países. Os trabalhadores vêm sendo capazes de criar novas instituições juntamente com novos movimentos sociais que são menos importantes pelas conquistas que vêm conseguindo efetivar do que pela proposta que elas encerram de reconstrução do espaço público e de criação de uma nova forma de governabilidade (Leite, 2000).
              A lógica do capitalismo atual tem provocado a precarização, informalidade, materialidade e imaterialidade, com freqüente mutação devido à mundialização formando um novo proletariado em escala global na agricultura, indústria e serviço. A informalidade se tornou uma regra, a dimensão imaterial proposta com a tecnologia da informação proporcionou serviços terceirizados e privatizados. (Antunes, 2013).
A sociedade do trabalho chegou à modernidade com o mundo da mercadoria, onde o consumismo é fator gerador do fetichismo da mercadoria, atividade imposta, mundana, forçada e compulsória de novas necessidades do ser, que para ter, sacrifica seu tempo de vida com seu esforço físico e metal vendido para seus luxos e status, que escraviza e aliena. (Antunes, p. 12, 2005).
Sabemos que a incessante luta pela sobrevivência, dignidade humana e a felicidade social, o trabalho é vital, mas para isso é desnecessário ter um modo penoso, alienando e aprisionado do ser, não apenas como no passado dentro das empresas, mais hoje extrapolando os muros onde somos conectados ao trabalho 24 horas do dia com os recursos tecnológicos e de comunicação. Segundo Bauman (2006) na contemporaneidade não existe mais uma disputa do grande com o pequeno, mas sim do mais rápido contra o mais devagar.
De acordo com Antunes (2005) a lógica da reestruturação da produtividade praticada com amplitude mundialmente pelas empresas, conhecida também como lean production proporciona uma sociedade descartável, onde o trabalhador perde seu posto de trabalho com um novo modelo de estrutura onde beneficia o dono do capital.
Conforme relata Mészáros (2011, p.18), o quanto mais aumenta a competitividade e concorrência intercapitais, mais graves são suas conseqüências com a precarização das pessoas e degradação do meio ambiente.
É comum presenciarmos um modelo de analise como o da CareerCast medindo profissões com menor índice de stress, como se todos se sentissem bem fazendo o mesmo tipo de atividade profissional, sendo na ultima lista, as dez profissões apontadas como menos estressantes estão fonoaudiólogo, hair stylist,  joalheiro, professor universitário, técnico de laboratório médico, costureiro, nutricionista, técnico de registro médico, bibliotecário e artista multimídia. Na pesquisa estão perguntas como se o trabalhador realiza muitas viagens profissionais, se o trabalhador lida com prazos apertados, se tem elevada competitividade e se tem a própria ou a vida de outro em jogo, mas isso não demonstra o contexto geral da satisfação das necessidades e expectativas do ser (site: www.exame.abril.com.br).
Para Gorz (1996) à monopolização da produção por aparelhos institucionais faz com que cada operário se submeta a produzir o que não consome e conseqüentemente consumir o que não produz e conforme suas próprias aspirações individuais ou coletivas não podem produzir nem consumir. A utilização eficaz da ciência durante os últimos cento e cinqüenta anos pareceu exigir uma especialização e uma divisão do trabalho cada vez mais desenvolvida. Os instrumentos deviam ser grandes para serem potentes, mas já não é mais assim. 

2.3 Educação, significado e existência
O direito à educação no mundo atual foi assegurado para as pessoas na Declaração Universal dos Direitos do Homem, concedida por votação pelas Nações Unidas no artigo 26 que todas as pessoas têm direito a educação gratuita no ensino elementar e fundamental, sendo o ensino profissional e técnico generalizado. A educação superior deve existir para todos na mesma condição de igualdade, visando o pleno desenvolvimento humano, respeitando os direitos e liberdade, levando a compreensão, tolerância, amizade e atividades da nação promovendo a paz. A evolução humana formada pela hereditariedade e adaptação biológica, depende dos avanços do sistema nervoso, mecanismos psíquicos e interações sociais constituindo o comportamento mental, sendo indispensável à formação do individuo. Na construção da linguagem, sendo está à primeira interação que temos em vida, possibilita identificar os costumes e regras por estar em contato com as coisas adquiridas por transmissão exterior, por meio da educação e interações sociais formando a lógica e moral. Sendo assim, o papel educacional enobrece o ser em condições já elaboradas, não que devemos formá-las, mas sim de criar condições para o ser formar opinião sobre o certo e errado, sendo este aprendizado criado nos primeiros anos de vida com a família. (Piaget, 1974).
Piaget (1996) trata sobre a importância de utilizarmos um método de ensino diferenciado, voltado para a formação de personalidade livre e autônoma, até mesmo por motivo de não existir apenas uma moral, mas vários tipos de reação moral, pois vivemos em um meio ambiente social sofrendo a pressão dos adultos, no caso das crianças, ou a pressão do capital, no caso do proletariado que depende da venda do seu trabalho para sobreviver, onde se sujeita a realizar uma atividade quando envolve a necessidade básica para a vida. O ser como individuo é formado pelo respeito “do pequeno pelo grande, da criança pelo adulto, do caçula pelo irmão mais velho” relata Piaget.
Nos dias de hoje, passamos por um novo pensamento, o empoderamento das pessoas para a autonomia, formando uma relação de cooperação e não de submissão ou respeito unilateral considerando como imutável ou sagrado o pensamento de pessoas mais velhas. 
Pensando no modelo de escola “ativa”, o aprendizado não deve ser imposto de fora, mas redescoberta com uma investigação da prática vivida, proporcionando a liberdade de escolher o melhor caminho a ser seguido para a sustentabilidade. Agir moralmente não é mesmo que agir de acordo com as regras sociais, pois todos têm suas regras e leis, mas a moral que temos em cada local é diferente, como por exemplo, existem regiões que as mulheres adulteras são mortas.
Piaget (1996) relata que a heteronomia é quando somos governados por outras pessoas, sendo que onde não existe lei e regras, as pessoas acabam praticando atos fora de uma normalidade, como exemplo, as ações de linchamento que aconteceu recentemente no Brasil, onde para isso existe a lei para punir e agir, não as pessoas fazer justiça com as próprias mãos. Em 1977 Piaget realizou um estudo da construção moral das crianças resumidos em quatro estágios, onde uma das identificações consideradas é quando o grupo combina suas regras, envolvendo então a ética em uma atividade racional e social, com regras que servem a todos participantes, não algo que privilegia uma das partes.
César (et. al 2010) descreve que Arendt que o nascimento das pessoas é um novo inicio, onde seu modo de repetição é previamente determinado pelo orientação presente em sua vida, sendo que o orientador passara sua visão sobre mundo. A vida está em constante transformação, onde o começo e fim encontram-se do viver ao morrer sucessivamente. Quando assumimos a responsabilidade no desenvolvimento do Ser, estamos criando a continuidade do mundo, sustentável ou insustentável perante nosso direcionamento. Arendt (2005) retrata que vivemos em uma sociedade que prioriza o trabalho e consumo, que valoriza a novidade e inovação, eliminando conseqüentemente a tradição, autoridade e ciclo de vida dos produtos e serviços. Essa modernidade impacta na condição do homem e sua alienação no Ter materialista, provocando uma aceleração social, onde trabalhando mais, ganharemos mais para consumir mais.
A educação é uma questão política e não apenas pedagógica, podendo influenciar no espaço publico, gerando perda de responsabilidade para com o mundo, provocando uma crise generalizada, perdendo a estabilidade do conhecimento.
O processo de globalização aceleração economia e do neoliberalismo transformando o cenário político-institucional voltado ao consumo e produção.
Para estarmos preparados para a vida adulta e saber da política a escola e educação é formadora deste conhecimento, ensinando como o mundo é, e não instruindo na arte da vida, pois todos somos livres.
Almeida (2008) descreve que para Arendt o humano tem como necessidade de vida o labor e as atividades mundanas, o trabalho, a ação e o pensamento, onde para satisfazer as necessidades de consumo, iniciando o ciclo de produção, não simplesmente para satisfazer as necessidades, mas para status, estilo de vida, emoções, aparência, imagem, gerando um ciclo de vida dos produtos e serviço cada vez menor para atender novos desejos e ostentação. Cada pessoa é livre para fazer o seu projeto de vida, mas os valores individuais impactam no todo existencial, sendo que a nossa ação pode gerar impacto na vida do grupo social, temos o direito político e civil, mas, além disso, o comprometimento com a vida, impacto no meio ambiente e social, prezando pela sustentabilidade, essa é uma responsabilidade de todos.
Segundo Arendt (2005) o homem deve lidar com a realidade local pensando globalmente nos impactos que as ações proporcionam. As crianças são influenciadas ao longo da vida por aquilo que lhe são apresentadas em ações particulares e publicas, onde todas devem ter a proteção de sua intimidade e segurança para a qualidade de vida não ser prejudicada. Segundo Freitas (2010) a crise é um momento que devemos refletir e crescer com o animo das pessoas envolvidas. O desanimo, a descrença nas autoridades e falta de responsabilidades é oposto ao desejo de realizações e conquistas com uma nova ordem.
Para Freire (1994) A importante relação do educador juntos aos educados implica na necessidade de mudança, onde o papel do educador sai de um narrador que enche seus educandos de conteúdo, tornando repetidores, memorizadores, enchendo como um deposito, oprimido pela cultura do silencio, alienando na ignorância, formando escravos da dialética, com pratica da dominação, onde após o momento de aula os educados não tem tempo de refletir e agir com o assunto falado, dizendo que pensar autenticamente é perigoso,  devemos ser parceiros dos nossos educados e elevar nossas relações e compreensão das contribuições para a formação da educação.  Para a elite dominadora está visão livre se torna uma ameaça, formando pessoas questionadoras do certo ou errado, sendo contra o principio de manter acomodados, com medo e ingênuos ao mundo deve ser superada. O educador não apenas educa como é educado, é uma troca constante de valores e reflexões, o mundo faz parte do homem e o homem faz parte do mundo.
Para Morin (2000) nosso saber e consciência fazem refletirmos sobre o mundo físico e distanciar dele, onde o ser se realiza na cultura e pela cultura, sendo esta formada pelo saber, fazer, regras, normas, proibições, estratégias, crenças, idéias, valores e mitos que a sociedade vive para as pessoas e as pessoas para a sociedade.  O quanto mais somos envolvidos pelo mundo, mais difícil para nós é aprende-lo, esta é uma das questões que mesmo após a era da informação e telecomunicação as incontáveis informações nos sufoca prejudicando até mesmo saber o melhor caminho à seguir.
Morin (2000) relata que percebemos a crescente contracorrente que tem se formado voltado ao ecológico, devido a catástrofes e degradação, a qualitativa em relação ao quantitativo devido a qualidade de vida, a resistência à vida individual ampliada com a dedicação poética e redes de comunicação, a mudança de consumo padronização pela customização sendo que cada pessoa quer ver o seu eu, a relação pelo dinheiro se contrapõem com a relação humana e solidária. Precisamos aprender a ser mais do que ter, a viver mais que ocupar nosso tempo com o desnecessário, dividir mais do que querer tudo pra si mesmo, comunicar mais que se individualizar, comungar mais que ficar com uma idéia individual, com consciência ecológica, cívica e espiritual.

2.4  A sustentabilidade das empresas
Pesquisas demonstram que as empresas fracassam devido a má gestão de seus dirigentes. Algumas empresas se esquecem que devem focar o cliente e não apenas ficar restrito internamente à empresa. Assim, deve-se perguntar ao consumidor o que ele realmente quer adquirir, o preço que considera justo e qual o produto de sua maior preferência. Popcorn (1993) argumenta enfaticamente que em todos os lugares o que se é mais discutido é sobre a personalização em massa. Cada cliente deseja utilizar seus produtos de acordo com sua necessidade. O cliente quer ver o seu Eu naquilo que compra. Hoje já se tem o privilegio de ir a uma concessionária e escolher um automóvel de acordo com nossa necessidade, um econômico ou veloz, com ou sem ar condicionado, com ou sem direção hidráulica. Da mesma forma outras empresas estão desenvolvendo essas práticas em tênis, geladeiras, fogões, roupas, relógios, óculos, chinelo, multiplicando suas vendas eletrônicas (via sites).
Ainda, a empresa não deve ser focada nos resultados financeiros, a menos que esta seja sua vocação. Algumas grandes empresas têm em seus quadros funcionais, a tesouraria funcionando como uma tesouraria de um grande banco, investindo no mercado financeiro, especulando, assumindo riscos e se alavancando em suas operações. Muitas vezes essas empresas esquecem seu próprio negócio e dirigem-se ao mercado, operando com câmbio, títulos financeiros como ações e derivativos, assumindo riscos, como ocorrido com a Sadia.
Existem empresas que apresentam NOPAT (Net Operating Profit After Tax) negativo e costumam culpar a conjuntura econômica pelas altas taxas de juros praticadas. Muitas vezes confundem lucro líquido com lucro operacional, lembrando que este último representa viabilidade do negócio. O retorno do capital investido independe da forma como a empresa é financiada. O lucro líquido considera, em seu cálculo, tanto o desempenho operacional como os encargos financeiros dos passivos, ou seja, as decisões de ativos e as decisões de financiamento. Desta forma, o resultado líquido negativo pode ser formado pelo fraco desempenho dos negócios ou pela alta alavancagem e juros elevados. Assim, é fundamental identificar claramente na análise de balanços a origem de determinados desempenhos. Muitas empresas têm prejuízos líquidos e altos endividamentos, porem mesmo que liquidasse integralmente suas dívidas, ainda assim apresentaria um fraco desempenho operacional com o NOPAT baixo ou até negativo. Seu problema básico é a inviabilidade de negócio, das estratégias operacionais e de investimentos da empresa. Como exemplo tem-se a mineradora Vale na qual as dívidas e juros elevados desequilibraram a empresa, mas não causaram o problema da mesma.
Outras empresas, por sua vez, não se aperceberam que o mundo mudou, como foi o caso da General Motors. Os mercados mudam juntamente com seus consumidores e com a evolução das tecnologias. Assim, as empresas devem tomar o cuidado de fazer fusões, inovar as estratégias de vendas, dentre outras atitudes, para se ter um bom negócio, como o ocorrido com a Arisco. Fahey (1999) argumenta que para uma empresa ser bem sucedida no novo ambiente de amanhã, a própria empresa deve submeter-se às mudanças significativas e por vez radicais.
As velhas maneiras de pensar devem ser questionadas e reconcebidas: as premissas e crenças tradicionais se tornaram incompatíveis com o ambiente transformado. É necessário aprender novos processos operacionais e novos formas de atuação. As estruturas organizacionais, os sistemas e os processos decisórios herdados de um passado superado carecem de reformulação.
As empresas precisam se ajustar às megatendências, às novidades que o mundo globalizado traz para criarem vantagem competitiva. O sucesso corporativo e longevidade estão entrelaçados de uma forma que, atualmente é qualitativamente diferente da relação entre sucesso e longevidade no ambiente econômico de cinco décadas atrás (Kotler, 2000).
Não se deve deixar de considerar o fato de que empresas encerram suas atividades porque seus gerentes se concentram em atividades econômicas de produzir bens e serviços, e se esquecem de que a verdadeira natureza de suas atividades são as pessoas.
A longevidade das empresas é como a do ser vivo, todas exibem o mesmo comportamento e certas características: elas buscam a vida, elas aprendem, constroem relacionamentos com outras, crescem e se desenvolvem, obtendo a longevidade e a melhoria continua e encerram suas atividades, algumas mais cedo e outras mais tarde (Geus, 1999).
O que causa o crescimento e o envelhecimento das organizações não é o tamanho, nem tão pouco o tempo. Existem muitas empresas jovens de cem anos e empresas velhas de dez anos. “Jovens” significa que a organização é capaz de mudar com relativa facilidade, ainda que, devido ao seu baixo nível de controle, seja relativamente imprevisível o que poderá fazer. Uma organização “velha” significa que seu comportamento é controlável, mas que ela é inflexível, com pouca propensão à mudança.
As empresas que não acompanham a tecnologia e a forma de agilizar seus processos estão sujeitas a não acompanharem o desenvolvimento e a demanda de produtos para suprir as necessidades e expectativas dos clientes. A Phillip Morris, por exemplo, apresenta o comportamento de uma empresa muito jovem, embora tenha sido criada em 1847 (Collins, 1995). Ainda podem-se citar as empresas de tecnologias Google, Microsoft e Apple, que embora recentes, com poucos anos de vida, se adaptam às novas circunstâncias e novas exigências do mercado sendo consideradas corporações bem-sucedidas.
Esta visão apresentada não se limita apenas às empresas, podendo ser estendida às nações. Países, como Egito que eram impérios há mais de 2000 anos, têm baixo índice de desenvolvimento e são pobres; por outro lado, Canadá, Nova Zelândia, Austrália, que há 150 anos eram inexpressivos, hoje são países desenvolvidos e ricos. A diferença entre países pobres e ricos não reside nos recursos naturais disponíveis, podendo citar o Japão que possui um território limitado, 80% montanhoso e inadequado para a agropecuária, mas é a terceira economia mundial. Outro exemplo é a Suíça, que não cultiva o cacau, mas tem o melhor chocolate do mundo. Em seu pequeno território cria animais e cultiva o solo por apenas quatro meses por ano e fabrica laticínio da melhor qualidade. É um país pequeno que passa imagem de segurança, ordem e trabalho, o que a transformou em caixa forte do mundo. A diferença está nas atitudes das pessoas, moldada ao longo dos anos pela educação e cultura.
Analisado a conduta das pessoas nos países ricos e desenvolvidos, é constatada que a grande maioria segue os devidos princípios de vida: a ética como princípio básico, a integridade, a responsabilidade, o respeito às leis e regulamentos, o direito pelos demais cidadãos, o amor ao trabalho, o esforço pela poupança e pelo investimento, o desejo de superação, a pontualidade. Nos países pobres uma minoria segue estes princípios básicos em sua vida cotidiana.
Geus (1999), nos anos 1990, já citava que muitos administradores ainda têm em mente que uma empresa para ter longevidade precisa dar grandes (grifo nosso) retornos para seus acionistas, o que não é necessariamente verdade. Atualmente os acionistas têm a mentalidade que é mais vantajoso ter um retorno menor correndo menos riscos, do que ter um grande retorno com um índice alto de perder o seu dinheiro.
O que dá o diferencial para a sustentabilidade das empresas é a forma de antecipar as necessidades de mudança e como ela se adapta com o meio externo, e acompanha as mudanças do ambiente com agilidade e eficácia, usando estratégias. Essa diferença é criada pelo seu principal capital, que são as pessoas. A criatividade das pessoas está mudando o mundo. Todos achavam que este século seria regido pelas máquinas; hardware, software, que seriam a grandes soluções das empresas. Entretanto, o maior potencial está no capital intelectual das pessoas (Senger, 1990).
Técnica para “cultivar” pessoas, o novo perfil desse profissional exige qualidades essências como ser generalista, polivalente, multifuncional, com visão mais abrangente da organização; ele deve ainda ser comprometido com os destinos e valores da empresa.
O novo profissional precisa ter um nível de informação de maneira específica, mas no geral, que possibilite ter acesso ao nível estratégico da empresa, afim de que a colocação seja feita adequadamente, também é necessário ser dinâmico e estar sempre alerta às mudanças. Ter domínio básico de informática, principalmente de processadores de texto e planilhas eletrônicas - conhecimentos de assuntos como treinamento, reengenharia, entre outros, além de dinamismo, criatividade, flexibilidade, abertura à negociação, liderança, desenvolvimento de habilidades políticas, firmeza, persuasão e postura ética; pretende-se um generalista, que seja ao mesmo tempo um especialista em sua área e tenha uma visão de conjunto da organização, que saiba ouvir, propor soluções, ser analítico e crítico, enfim um profissional mais pensador, diferente do perfil puramente executor de anos atrás (Dolabela, 1999).
De acordo com Porter (1989) uma estratégia competitiva eficaz indica uma ação ofensiva ou defensiva por parte das empresas de modo a criar um melhor posicionamento da empresa dentro de um conjunto de forças de competição entre os concorrentes na indústria.
Os pontos mais importantes são: o poder de negociação com os fornecedores, o poder de negociação com compradores em relação à empresa, disputa do mercado com intermédio de novos entrantes potenciais ou efetivos.
Hoje novos concorrentes ingressam em mercados de longa tradição, com novos conceitos de como servir e satisfazer os clientes. Cada vez mais, o surgimento de produtos substituto provoca mudanças. As preferências dos clientes por vezes mudam de maneira inesperada, devido a esta contínua transformação (Fahey, 1999).
A estratégia competitiva dependerá da capacidade da empresa se posicionar de frente a essas forças explorando seus pontos fortes e defendendo seus pontos fracos.
A rivalidade entre os concorrentes é um ponto que define a estratégia competitiva, pois envolve a disputa de segmentos de mercado. Entre os fatores que influenciam a rivalidade das empresas esta o crescimento da empresa, o número de concorrentes no mercado, os processos de criação de novos produtos, diferenciação dos clientes e principalmente os custos de mudança, que são aqueles nos quais as empresas incorrem para redirecionar suas atividades dentro de um novo mercado, abandonando o seu mercado anterior (Nadler, 1993).
As três estratégias competitivas básicas são a liderança no custo, cujo objetivo central a ser alcançado pela empresa é obter um produto de menor custo sem perder as sua qualidade e as suas bases de diferenciação, já que o produto deve ser considerado comparável e aceitável entre os seus consumidores (Porter, 1989).
A estratégia conduz a uma busca permanente de redução de custo e proteção das vantagens de custos mais baixos; a segunda estratégia é a diferenciação que implica selecionar uma ou mais dimensões de produtos para serem explorados. Amplas parcelas de mercado podem ser conquistadas a partir de uma diferenciação de produto para a demanda do consumidor. Para as empresas que logram atingir diferenciação, há um prêmio de preço que se reflete na sua lucratividade. A estratégia do enfoque poderá ser tanto em relação ao custo quanto em relação à diferenciação.
Dentro dessa estratégia a empresa seleciona segmento ou grupo de segmentos dentro de uma indústria e adapta uma estratégia para atendê-los. A pré-condição básica para a adoção dessa diferenciação de preços e de produtos é a capacidade de a empresa atender melhor, mais barato e mais eficientemente o seu segmento. O enfoque no custo explora diferenças de comportamento de custos em alguns segmentos e empresas, enquanto o enfoque na diferenciação explora as necessidades especiais dos clientes.
É necessário buscar a cada momento a criatividade diante da necessidade para suprir e superar as expectativas que os clientes esperam (Campos, 1999).
A empresa brasileira vive, já algum tempo, um processo de revolução nos parâmetros que definem o ambiente que opera. Os ingredientes são reconhecidos – a abertura às importações; as oscilações associadas à estabilização da moeda, a passagem da superinflação para recessão do início dos anos 90, e, na seqüência, as oscilações associadas à estabilização da moeda, a retomada de investimentos diretos nacionais e transnacionais na produção; entre outros – e impactam de forma diferenciada os diversos setores (Dolabela, 1999).

3.     Procedimentos metodológicos
Na metodologia para estudar o problema de pesquisa, utilizamos a abordagem de pesquisa quantitativa com questões fechadas para traçar o diagnostico do grupo e o de levantamento com abordagem qualitativa, onde foi realizada entrevista através de roteiro com objetivo de verificar as perspectivas atuais e futuras no mercado de trabalho para estudantes de Administração de Empresas de uma IES na RMC.
O desenvolvimento do trabalho foi organizado nas seguintes fases:
a) Revisão da literatura multiplicando a importância do tema de pesquisa;
b) Elaboração de um desenho de pesquisa de método quantitativo, utilizando questões fechadas para diagnosticar participantes;
c) Pesquisa de levantamento de dados no período de maio/2014 a junho/2014, com
sondagem - survey enviado aos estudantes de Administração de Empresas de IES.
d) Divulgação dos resultados e sugestão de melhoria em empresas para geração de renda e trabalho, mantendo a qualidade de vida das pessoas.
Foram realizadas pesquisas com alunos da graduação em Administração de Empresas que estão cursando o 5° semestre, residentes nos municípios da RMC e Circuito das Águas Paulista.
A confidencialidade das informações foi mantida, conduzindo de maneira ética e respeitosa todo o processo junto aos colaboradores no desenvolvimento deste projeto e da IES.

4.     Resultados e análise de dados
4.1 Síntese dos resultados obtidos com a pesquisa
Para realizar a entrevista solicitamos voluntários em duas turmas do 5° semestre do curso de Administração de Empresas em uma IES na RMC, com um total de 81 alunos, destes 22 estudantes aceitaram participar, seguindo o termo de consentimento livre e esclarecido em pesquisa com seres humanos seguindo o Comitê de Ética em Pesquisa da IES. Os registros feitos durante a pesquisa não serão divulgados, apenas o relatório final com citações anônimas. Dos entrevistados 57,1% são do sexo feminino e 42,9% masculino, sendo a maioria com idade de 20 a 29 anos (76,2%), 81,0% são solteiros e 85,7% não têm filho. São residentes nos municípios de Jaguariúna (33,3%), Amparo (14,3%), Mogi Guaçu (14,3%), Santo Antonio de Posse (9,5%), Pedreira (9,5%), Mogi Mirim, Itapira e Monte Alegre do Sul (4,8% cada), sendo que deste 9,5% trabalham em outras cidades, indo para as cidades de Amparo ou Pedreira. Estão atuando profissionalmente como Estagiário (23,8%), Auxiliar Administrativo (19,0%), Operador de Produção (14,3%), Comprador (14,3%), Caixa (9,5%), Analista Administrativo (9,5%) e Assistente Administrativo (9,5%). Estão atuando na mesma empresa até 11 meses (38,1%), de 12 a 23 meses (28,6%), de 36 a 47 meses (9,5%), de 48 a 59 meses (9,5%) e acima de 60 meses (14,3%), sendo que 57,1% já trabalharam em mais de três empresas em sua carreira profissional. Referente ao ganho salarial, 76,2% recebe de R$1.001,00 até R$2.000,00 ao mês, sendo que neste nível ficou de igual valor para o sexo feminino e masculino, o que nos chamou atenção por ter o comentário que os homens recebem maior salário que as mulheres e neste estudo não ocorreu, onde alem deste empate salarial o maior ganho (4,8%) é de uma mulher. Outro resultado da pesquisa que chamou atenção é que apenas 47,6% dos pesquisados trabalha em empresa industrial, no segmento de serviços 38,1% e no comercio 14,3%. 

4.2 Relato dos estudantes trabalhadores.
Diante das seguintes perguntas, buscamos entender o sentimento dos graduandos, sendo que a maior parte dos entrevistados acredita que existem possibilidades de identificar as condições humanas voltadas em relação às praticas do mercado de trabalho.
Quando questionamos sobre se sente segurança atualmente em seu trabalho, 50,0% das mulheres se sentem inseguras no trabalho atual, já os homens apenas 33,0% se sente inseguros no atual trabalho. Isso demonstra quanto o mercado esta competitivo e a pressão por resultados. Deste grupo 88,9% dos homens acredita que seu ganho salarial e nível hierárquico atual não proporcionam risco de perder o trabalho, onde acreditam que é inviável a empresa contratar um substituto pelo mesmo salário pela quantidade de responsabilidade e cobrança de resultados, já das mulheres 58,3% acredita que correm risco de perder o trabalho, o que demonstra que além de ter um baixo salário e nível hierárquico, são constantemente pressionadas para resultados e atualização de conhecimento. Quando perguntamos as mulheres se elas se sentem seguras em saber que o mercado de trabalho está cada dia mais competitivo com novas pessoas formadas, 91,7% respondeu que não e relataram que a insegurança existe devido a falta de qualificação onde quando terminamos um curso ele já não tem o mesmo “valor” percebido inicialmente pelo mercado de trabalho, sendo que quando estão próximos de finalizar a graduação a pós-graduação é o mínimo exigido pelo mercado de trabalho, quando estão qualificando para um tipo de idioma o mercado pede três. Os homens (88,9%) acreditam que seu conhecimento é diferencial no mercado, que não é apenas ter uma graduação, mas quando você sabe algo que os outros não sabem na empresa que está trabalhando, se torna como uma vantagem competitiva perante a equipe e relataram que mantém como segredo suas principais ações para atingir melhores resultados na empresa, evitando compartilhar as melhores práticas para não cair em um senso comum e ter uma exigência maior.
Quando avançamos para o assunto de identificar quais os impactos sociais que essa insegurança proporciona na qualidade de vida 100% das mulheres e homens acredita que sofrem dificuldades de separar o tempo de trabalho com as demais atividades humanas, como lazer, espiritualidade, família, amigos e cuidados com a saúde. Relataram que deixam de fazer as coisas que gosta para fazer uma reserva financeira com medo de perder o trabalho, deixam de ter vida social e até mesmo valores para ter ascensão profissional, sentem inseguras, com incompreensão familiar pelo ritmo de vida no trabalho, medo, questionamentos, desmotivação e ansiedade. Um deles relatou na entrevista que “As empresas tratam seus colaboradores para viver para a vida profissional deixando de considerar sua qualidade de vida, agravando outros compromissos”.
            Outro questionamento realizado foi no ponto de vista dos entrevistados, o que devemos fazer para ter um desenvolvimento sustentável mantendo a segurança social (emprego e renda)? Responderam que devemos estar focado no aperfeiçoamento profissional para tornar-se competitivo, a carreira deve estar alinhada com a vida social e não ser uma força contrária, que é necessário as empresas promovendo meritocracia e premiar os que estudam e se desenvolvem, ter melhores oportunidades, ter comprometimento, dedicação e empenho para buscar o desenvolvimento da carreira e da vida em si e que o país deve investir nos jovens para que a segurança seja apropriada para todo cidadão, ter trabalho, ter um planejamento de vida e focar nele, se planejar para fazer o que gosta, é preciso competências, conhecimento, atitude e habilidades, é preciso ampliar com serviços comunitários, palestras que desenvolva o espírito da sustentabilidade externamente e internamente.
Um questionamento interessante realizado é que se acredita que com a graduação esperam ter um maior reconhecimento profissional e salarial, 100% acreditam que já deveria existir desde quando iniciaram a graduação por sua dedicação e esforço de trabalharem e estudar.

5.     Considerações finais

Estamos em momento de ações voltadas ao ser e não ao ter, de obter uma produção que valorize o consumo de produtos duráveis e não descartáveis, que valorize o desenvolvimento local do que a produção global, um consumo compartilhado ao invés da posse unitária, uma publicidade sustentável e não consumista, que seja evitado o desperdício de alimentos e não descarte dos nossos recursos, escolhas saudáveis e a cooperação mais que a competição.
Muitas empresas direcionam a atenção dos trabalhadores ao processo de produtividade e qualidade, oferecendo benefícios e recompensas pelo aumento da produtividade, deixando de lado suas necessidades pessoais para alcançar os objetivos propostos. Atualmente, o trabalho ocupa espaço importante na vida do funcionário, uma vez que, este passa a maior parte de seu tempo no local ocupacional do que em suas casas ou em atividades destinadas ao lazer. Na prática, pessoas que não se sentem satisfeitas e tranqüilas em seu ambiente de trabalho, tornam-se mais propensas a sofrerem acidentes de trabalho e cometerem erros (Sanctis et al, 2008).
De acordo com os estudos de Souza e Laros (2010), perceberam que a satisfação no trabalho tem sido definida quanto a seus aspectos causais mais relevantes, assim como ao modo como eles podem ser combinados. A definição de satisfação seria como um estado emocional agradável ou positivo, resultando de algumas experiências no trabalho ou do próprio trabalho. A bagagem individual do homem de crenças e valores serve para avaliar seu trabalho, sendo esta avaliação resultante em um estado emocional que se for agradável produz satisfação e se for desagradável leva à insatisfação. Portanto a variável de natureza afetiva leva a satisfação no trabalho e se constitui em um processo mental de avaliação das experiências que resulta em um estado agradável ou desagradável no trabalho.
 Para uma empresa ser socialmente responsável não existe uma lista rígida de ações que ela deve seguir, sendo que, não há uma definição consensual. Porém uma gestão empresarial mais transparente e ética e a inserção de preocupações sociais e ambientais nas decisões e resultados das empresas levam a uma responsabilidade social, para se desenvolver um ótimo trabalho social a empresa deve garantir não apenas o respeito de seus consumidores, como também de seus colaboradores. Uma vez mais satisfeitos no seu trabalho terão, consequentemente, maior produtividade (Souza e Laros, 2010).
Devemos evitar pensar no trabalho tão somen­te como emprego, ou como algo que existe dentro das organizações e que se materializam em salários, cargos, privilégios e benefícios. Entre as pessoas e o trabalho acaba existindo uma conexão mais básica, paradoxalmente, ele pode ser prejudicado pelas empresas, mas é preciso estar empregado nas organizações para muitas pesso­as. As corporações que possuem uma lógica que nem sempre é compatível com uma ati­vidade enriquecedora e provida de sentido o trabalho pode ser prejudicado. Não é uma ga­rantia de que as pessoas encontrarão sentido em reformar o trabalho, mas propor desafios, fornecer boas condições de trabalho, permitir o crescimento individual e instaurar programas de qualidade de vida são extremamente importantes para aperfeiçoar este processo. De nada adian­tará uma agitação, uma corre­ria, um ativismo vazio, isto é, que serve muito mais para disfarçar o que realmente deveria ser feito. Saúde é atividade, não ativismo pelo ativismo (Bendassolli, 2012).
Conclui-se que a educação contribui para a evolução do ser, que precisamos do trabalho e o quanto a sustentabilidade das empresas é importante para a humanidade prosperar, mas hoje vivemos em uma sociedade do medo com o avanço do sistema capitalista, onde por motivo da competitividade mundial, as empresas aumentam suas metas cada dia mais, o custo Brasil impacta diretamente as empresas, mas principalmente as pessoas, que sofrem com as adaptações necessárias e constante exigência mercadológica.

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