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A ação de Desenvolvimento Regional Sustentável através da dança no município de São João da Boa Vista/SP.




Romilson Cesar Lima¹
Sandra Regina Trevisan Gonçalves dos Santos ²

¹ Graduado em Administração de Empresas (UNIP), Especialista em Gestão Empresarial (PUC) e MBA em Gestão Industrial (FGV), Mestrando em Desenvolvimento Sustentável e Qualidade de Vida ( UNIFAE); Professor da Faculdade Jaguariúna – FAJ e Consultor Empresarial. E-mail: romilson_cesar@uol.com.br

² Graduada em Letras (UNIFEOB), Comunicação Social (UNIFAE), Especialista em Educação Empreendedora (UFSJ) e Mestranda em Desenvolvimento Sustentável e Qualidade de Vida (UNIFAE).  Jornalista, Assessora de Comunicação, Professora de Ensino Profissional -  SENAI e   Consultora em Gestão de Pessoas e Negócios –  E-mail: sandracomunicacao@gmail.com

Este artigo tem a proposta de expor a realidade da vivência prática do desenvolvimento local no município de São João da Boa Vista/SP por um grupo independente de Dança chamado Blackout.
No intuito de realizar ações de aprendizado para a comunidade acadêmica do Mestrado em Desenvolvimento Sustentável e Qualidade de Vida da UNIFAE, na disciplina Desenvolvimento Regional Sustentável, ministrada pela Profª Dr. Maria Cândida,  no mês de novembro, por iniciativa  do  discente Edson Elídio, professor de Artes do IFSP (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia São Paulo) e da Secretária da Educação do Estado de São Paulo, fomos convidados a uma manhã de reflexões, onde as palavras de ordem se traduziram em: sustentabilidade e ação social.
 A palavra sustentabilidade está intrinsicamente associada aos ideais de solidariedade, respeito e afetividade. Uma educação capaz de transformar sujeitos, preparar pessoas para a responsabilidade social e para o enfrentamento dos problemas gerados por uma  sociedade que preconiza satisfazer necessidades.  
Todos  têm direito a uma vida digna. O desafio de garantir um futuro melhor é grande. É preciso ter força de vontade para fazer as coisas acontecerem de forma justa, responsável, trazendo resultados para as pessoas, para a comunidade e para as gerações que ainda virão.
Promover o desenvolvimento local, a sustentabilidade econômica, destacando a proteção social e a valorização da linguagem cultural exposta por um grupo de dançarinos do município de São João da Boa Vista/SP, para muitos, ainda é um grande desafio.
O cenário atual nos remete a pensar e repensar o desenvolvimento regional sustentável, a geração de renda por suas habilidades e o impacto na qualidade de vida dessas pessoas. Quando as pessoas se unem para buscar soluções por problemas enfrentados por todos, parece que as saídas surgem com mais facilidade. Não há um único caminho para iniciar um processo de desenvolvimento sustentável local.
O desenvolvimento local é a formação de agrupamentos humanos para promover uma condição econômica e qualidade de vida para as pessoas, aproveitando das suas capacidades e potenciais específicos (BUARQUE, 1999). Por estar inserido em uma realidade ampla e complexa, ocorre interação influenciada por forças e fraquezas, oportunidades e ameaças.
Para Haveri (1996) o desenvolvimento local é formado pela mobilização e coletividade, articulando os potenciais que cada local oferece e as condições que disponibilizam, tendo uma vantagem em comparação com outro local. Neste ponto Castels e Borja (1996) acreditam que parte de uma vontade conjunta da sociedade em criar iniciativa, organização e fazer acontecer uma transformação da realidade local.
O Grupo Independente de Dança Blackout criado em 1999, antes de se tornarem o Blackout, o grupo mudou algumas vezes de nome. Com o antigo nome de “Pura Arte”, possuía 12 integrantes onde coreógrafos e bailarinos ensaiavam apenas por diversão sem ter um plano definido para o futuro. A indisciplina acabou desmotivando o grupo para continuar as atividades.  Depois veio o  Balacobaco com  uma formação mais animada, o que contribuiu para ocorrer participações  em eventos da cidade. Em seguida,  ficaram conhecidos como  Black e White, o grupo era composto por  15 pessoas e a coreografia reformulada. E finalmente em busca de causar impacto, o nome escolhido foi Blackout.
A partir de  2008, o grupo de Dança  Blackout começa se destacar. Primeiro em um festival de dança no município de São João da Boa Vista, na qual, ficaram em 1° lugar, Mas foi no evento  Cacondance, no  município de Caconde/MG, que o grupo criou forças para continuar.
Atualmente o grupo  conta com cerca de 60 integrantes com idade de 8 a 30 anos,  de vários bairros da cidade de São João da Boa Vista.  Exercem forte trabalho social unindo prática esportiva e cultura,  evitando assim exclusão social,  violência,  desocupação e  vulnerabilidade urbana. Todos têm o compromisso da prática estudantil, fortalecida pela formação de uma diretoria no grupo, para elevar a comunicação e disciplina.  
A formalização do grupo está sendo realizada pela FAEJ (Empresa Junior UNIFAE) tornando o grupo pessoa jurídica para ter uma capitação de recursos melhor, envolvendo os cursos da instituição para apoiar projetos sociais que estão inseridos na sociedade.
O Mestrado UNIFAE tem o enfoque voltado para a sustentabilidade e qualidade de vida, com forte participação e compromisso com o desenvolvimento e transformação social, resgatando a cidadania e unindo a teoria acadêmica com as práticas da realidade local.      
De acordo Paulo Freire, se educarmos os jovens teremos uma juventude participativa, consciente, capaz de assumir encargos confiados pela própria vida, desde que cada um faça sua parte.  “Como presença consciente no mundo, não posso escapar à responsabilidade ética no meu mover-me no mundo”.
A vontade de aprender, de se envolver  e de se engajar em ações para a superação de dificuldades é a porta de entrada para as iniciativas de Desenvolvimento Regional Sustentável.  Deve-se promover uma mudança no mundo social para que ofereça um novo modelo de desenvolvimento pautado na valorização dos saberes locais, participação democrática e respeito ao semelhantes, afinal, quanto maior a participação e as ideias de todos, melhores serão os resultados.

BUARQUE, Sérgio C. Metodologia de Planejamento do desenvolvimento local e municipal sustentável. Brasília: Projeto de Cooperação Técnica INCRA/IINCA, 1999.
CASTELS, Manuel; e BORJA, Jordi. “As cidades como atores políticos”. Novos estudos CEBRAP – Dossiê Cidades (mimeo.), n. 45, julho de 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 43. ed., São Paulo: Paz e Terra, 2011. 

HAVERI, Arto. “Strategy of comparative advantage in local communities”, obtido por eio da Internet na Homepage www. uta.fi (mimeo.). 1996 (publicado originalmente em Oulasvirta, Lasse (ed.), “Finnish Local Government in Transition”, Finnish Local Government Studies, vol. 22, n. 4.

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