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Guy Kawasaki: clientes não podem lhe dizer como inovar

Guy Kawasaki: clientes não podem lhe dizer como inovar

O feedback dos clientes é essencial para o aprimoramento dos produtos, mas a verdadeira inovação não passa pela opinião dos consumidores

A criação de produtos inovadores é a essência do sucesso de muitos negócios. Um dos mais renomados especialistas na área de tecnologia e marketing, Guy Kawasaki, participou da HSM ExpoManagement 2011 para falar sobre o tema. Além de comentar a experiência de diversas empresas no campo da inovação, Kawasaki também citou episódios de sua passagem pela Apple, no período em que atuou como evangelista tecnológico da empresa.
A premissa de uma empresa que quer se destacar na área de inovação é a busca por um significado para seu negócio. “Algumas empresas direcionam o seu foco apenas em ganhar dinheiro e, com o tempo, esse tipo de negócio acaba fracassando. Os empresários deveriam se preocupar em fazer algo que vá mudar o mundo, e o sucesso financeiro certamente seria uma das consequências”, disse o norte-americano.
Kawasaki também sugeriu que a missão adotada pelas empresas, como política que norteia as decisões institucionais, fosse substituída por um mantra, bem mais curto e objetivo, que sintetize o objetivo da empresa. “Missões são longas demais, os funcionários não se lembram e pouca gente realmente dá importância a elas. Por isso eu sugiro substituir a missão da empresa por um mantra, de três ou quatro palavras. Algo bem curto, que explique a essência da empresa. São palavras muito poderosas.”
Outro ponto destacado por Kawasaki é que novos produtos não devem se limitar a trazer pequenos aprimoramentos. É preciso “saltar para a próxima curva”, ou seja, buscar algo que se insira no próximo estágio de evolução do produto, legitimamente inovador naquela área. “Quando criamos o Macintosh, ele não era um Apple II melhorado. Ele estava um nível bem acima de tudo que existia no mercado.”
Numa referência à palavra inglesa dicee, acrônimo de deep, inteligent, complete, empowering e elegant (do inglês, profundo, inteligente, completo, que atribui poder e elegância), Kawasaki descreveu atributos que um produto inovador deve ter de maneira a atrair os consumidores.
O norte-americano explicou que é natural que produtos inovadores muitas vezes tenham defeitos. “As pessoas aceitarão as imperfeições de seu produto se ele for verdadeiramente inovador e estiver na versão 1.0. É claro que você deve procurar cuidar de sua qualidade, mas não fique esperando ele se tornar um produto perfeito para só depois lançá-lo. Não tenha medo de ser tosco”. Para Kawasaki, os produtos inovadores podem ser aprimorados em versões posteriores, com a ajuda dos clientes.
Apesar de acreditar na importância do feedback dos clientes, Kawasaki acredita que esse processo não está inserido na concepção inovadora. “Algo que aprendi trabalhando ao lado de Steve Jobs é que clientes não podem lhe dizer como inovar. A criação de algo verdadeiramente novo só depende de você. A opinião dos clientes só pode servir para aprimorar o que já existe.”
Kawasaki concluiu sua apresentação lembrando que as ideias inovadoras enfrentam opositores com muita frequência. “Não deixe que patetas incompetentes desmotivem você”, disse o norte-americano. “Se alguém lhe diz que você vai fracassar, isso não significa que você vai vencer. No entanto, se você desanimar e nem mesmo tentar levar sua ideia adiante, aí sim certamente você estará fracassado.”
Portal HSM
07/11/2011

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