A empresa São Paulo Alpargatas é
produtora das sandálias da marca Havaianas, além de outras marcas de calçados
conhecidas, como: sandálias Dupé, botas Sete Léguas, tênis Topper, Mizuno e
Rainha.
A sandália começou a ser produzida em 1962. “Foi inspirada em uma típica sandália
japonesa chamada Zori, feita com tiras em tecido e solado de palha de arroz”.
De onde veio a criação do solado de borracha, com uma textura que reproduz
grãos de arroz e que distingue o produto de sua concorrência.
O posicionamento de marca adotado pela
marca Havaianas era popular. Sua comunicação se dirigia ao mercado de massa,
utilizando somente publicidade na mídia eletrônica - TV, de consumo da
população de baixa renda. A unidade de negócios da marca Havaianas é a
responsável pela maior receita da empresa e, sem sombra de dúvidas, é sua marca
mais valiosa, hoje considerada ícone do Brasil.
Uma marca e um produto que, como seu slogan posiciona, “todo mundo usa”. Entretanto, a
posição de marca líder do segmento e desejada pelas pessoas só foi alcançada
depois de um forte processo de gestão da marca a partir de 1.994, que foram
lançadas as Havaianas Top, consideradas um marco neste processo vitorioso, já
que criou a segmentação entre o tradicional e o novo, e entre o popular e o
moderno.
Então,
desde os anos noventa, esta marca tem conseguido se reinventar e se estender
para além das fronteiras nacionais e culturais. O papel principal da marca sempre foi de
diferenciação de mercadorias. Ela é o contato com o público alvo e representa o
produto ou os valores que ele propõe. Sua representação compõe logotipo, forma,
cores, slogan, jingle e até mesmo a publicidade,
incluindo comerciais de promoção.
Segundo o Presidente e
Diretor de Criação da NeoGama/BBH, as marcas mais admiradas têm um ciclo de
vida mais longo, pois já passaram por lançamento, sustentação, maturação e
adquiriram a confiança das pessoas.
Desenvolvimento
As Brasileiríssimas Havaianas lançada pela São Paulo Alpargatas em 1962,
se tornou uma importante marca na cena fashion internacional. Elas estão em
prateleiras de lojas de departamentos chiques em Paris , ocupando espaço em
vitrines de grifes dividindo as cenas com as marcas Dior e Prado.
O chinelo que até então considerado coisa de pobre no Brasil , hoje é
usado por atrizes e modelos famosas fazendo a propaganda e vendendo muito nas
lojas internacionais.
Em 2002 as Alpargatas fabricaram mais de 130 milhões de pares de calçados
, sendo 115 milhões de havaianas , gerando uma expectativa de vendas ainda este
ano, que sejam vendidas 5 milhões de pares no mercado internacional , sendo um volume considerado
pequeno quando comparado a produção total da empresa.
As Alpargatas também é dona das marcas Rainha, Topper, Mizuno e
Timberland.
O trabalho de construção de uma marca internacional ganhou folego em
janeiro de 2001, com a contratação de
uma executiva paulistana Angela Tamiko Hirata para o cargo de diretora de
comercio exterior. Até então, a estratégia de exportação usada anteriormente
era considerada oportunista , e a pessoa responsável pela área nem falava o
Inglês.
Para fazer as Havaianas brilhar no mercado internacional , Angela contou
com a experiência em exportação de calçados , sendo ela a responsável por abrir
o mercado asiático para a gaúcha Azaléia , a maior fabricante brasileira de
calçados femininos e de tênis . Na época, a percepção do mercado internacional
era que o sapato brasileiro não tinha qualidade.
Com a nova contratação o que a Alpargatas antes exportava para 15 países
, a maioria na América Latina , hoje os produtos Alpargatas chega a 52 mercados
espalhados pelo mundo.
Para chegar no mercado internacional tiveram que reorganizar a rede de
distribuição , tiveram que buscar parceiros mais afinados com o novo
posicionamento da empresa ,o revendedor não pensava na marca e sim no volume.
Exemplo nos Estados Unidos onde um distribuidor insistia em levar as
havaianas para rede varejista Wal-Mart , para ganhar escala .Com isso houve a
necessidade de substituição do representante sendo a escolhida a americana
Kerry Sengstaken, então assessora de imprensa da Alpargata nos Estados Unidos.
Apesar das havaianas ganharem paginas nos editoriais de moda das edições
americanas de revistas como Elle, Vogue e a não empolgação no mercado as vendas
não deslancharam , com isso Kerry decidiu mostrar pessoalmente a diretoria da
Alpargatas um plano de Marketing que impulsionassem as vendas , dando a ideia
de distribuir as havaianas aos indicados ao Oscar do Ano.
A ideia foi aceita , com isso Karry pediu a Alpargatas que fosse
desenvolvido um modelo sofisticado , decorado com cristais austríacos Swarovski
e uma caixa especial para colocar o calçado . Solicitou os números de todos
indicados ao Oscar e no dia seguinte receberam sua sandália. Com este jogo de
Marketing deverá ajudar à Alpargatas a
vender 1 milhão de pares de havaianas aos varejistas americanos.
As havaianas são um produto fácil de ser copiado e para se defender da
pirataria , será preciso investir agressivamente em Marketing . A Nigéria hoje
abastece boa parte da África com copias das sandálias brasileiras.
O desenvolvimento de produtos específicos para o mercado externo foi
outro ponto trabalhado pela Alpargatas ,
exemplo disto o mercado australiano conta com 4 cores exclusivas de sandálias ,
entre elas o verde militar e o caqui, e com modelos inéditos como o camuflado ,
sendo que se tivessem mais flexibilidade na fabrica lançariam outras novidades.
Por quanto tempo vai durar esta febre das havaianas no mercado
internacional? Renovar o interesse do consumidor estrangeiro na
marca é o grande desafio.
Um dos casos estudados é do tênis Airwalk que depois de explodir no Estados
Unidos no inicio da década de 90 como um
calçado para esportistas e gente
antenada com a moda sofreram um declínio de vendas a partir de 1997. Isso
aconteceu porque o fabricante deixou de ouvir o consumidor , ou seja, fabricar
o que ele gostaria de comprar , massificando as vendas. Com isso a Airwalk como
objeto de desejo desapareceu.
Afim de evitar um destino semelhante a Alpargatas se prepara para lançar
uma segunda marca no exterior a Sea Club, com ela poderão chegar às grandes
cadeias e aumentar o volume.
O sucesso da marca no exterior seria mais difícil se as havaianas não
tivessem sido reposicionadas algum tempo
antes no mercado interno. Com o Marketing intenso , propagandas , novos modelos
se multiplicaram .
Atualmente os chinelos podem ser encontrados tanto em bancas de camelos ,
quanto na paulistana Daslu , a butique mais sofisticada do país. A diferença
está nos pés de quem vai calça-los.
Atualmente consta em um documento apresentado à
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que a maior fabricante de sandálias
Havaianas, dona de marcas poderosas no Brasil, como a Havaianas, a empresa
encerrou 2011 com receita líquida de 2,6 bilhões de reais. Mas ela quer mais –
na verdade, quer pelo menos o dobro disso até 2016. E também consta a meta
de obter uma receita líquida consolidada entre 5 e 6 bilhões de reais em
2016. O número exclui eventuais fusões e aquisições. Além disso, a empresa
buscará uma margem de ebitda de 20% naquele mesmo ano.
A empresa traçou, em linhas gerais, quatro
iniciativas para cumprir seu plano.
A 1º seria bombar as vendas das Havaianas principal
marca da empresa, a qual responde por 45% a 50% do mercado brasileiro de
sandálias. Mas a Alpargatas quer avançar sobre a outra metade dos consumidores.
Para isso, vai investir no lançamento de
novas coleções a cada ano.
A empresa também vai reposicionar a marca, com
o objetivo de fazer com que os consumidores vejam as Havaianas não como um
produto “funcional”, isto é – um simples chinelo para não andar descalço. A
ideia é que as pessoas vejam Havaianas como “uma marca aspiracional” – algo que
elas querem ter, seja lá por quê. Ampliar as parcerias, buscando empresas como
a Disney, Warner e Missoni, também está entre as iniciativas. Por último, a
empresa está construindo uma nova fábrica, a fim de ampliar a capacidade
produtiva e a escala da Havaianas.
A 2º é expandir a marca Havaianas no
exterior. A Havaianas já é exportada para
81 países. No ano passado, a marca vendeu 28,1 milhões de pares no exterior. O
plano da Alpargatas é avançar sobre os Estados Unidos e a Europa. A empresa
avalia que somente esses dois mercados tem um potencial de 125 milhões de pares
de sandálias de tiras –o que representaria 800 milhões de euros.
O 3º é fortalecer a Topper e a Mizuno na
América do Sul. A Alpargatas é dona das duas marcas esportivas – a Topper e a
Mizuno. E elas não ficaram de fora do esforço da empresa de dobrar de
faturamento em quatro anos. Nesta área, a companhia espera transformar essas
marcas em potências da América do Sul.
Segundo a empresa, o Brasil já é o maior mercado para calçados
esportivos da região, mas os outros países ainda estão bem atrás. Como
comparação, a empresa afirma que os sul-americanos consomem menos de um par de
calçado esportivo por ano.
Nos Estados Unidos, essa média é
de seis pares. No caso da
Topper, a Argentina deve servir como plataforma de exportações para o resto do
continente. Já no caso da Mizuno, a ideia é fortalecer a marca em modalidades
esportivas como vôlei e futebol, no Brasil, e em corrida, na Argentina.
E o ultimo é expandir a rede de
lojas.
A Alpargatas também está investindo na criação de uma rede própria de
lojas. Atualmente, a companhia conta com 312 pontos-de-venda em todo o mundo.
Segundo a empresa, as lojas oferecem aos clientes “uma completa experiência com
as marcas da Alpargatas”.
O Brasil ainda detém a maioria das lojas da Alpargatas: 229 da marca
Havaianas. Além dos canais próprios
de vendas, a Alpargatas também está em 250.000 lojas multimarcas no país, e
12.500 outras nos Estados Unidos, Europa e Argentina. Nos
Estados Unidos, a Havaianas já é encontrada em 3.000 pontos de venda. Na
Europa, são 6.000 lojas.
A empresa fabricante das Havaianas cresce 18% no 1º trimestre de 2013,
registrou lucro líquido de 92,3 milhões de reais.
Foram comercializadas 66,545 milhões de
unidades de calçados, vestuário e acessórios, resultado em linha com o primeiro
trimestre de 2012 e impulsionado pelo aumento de 31,2 % dos negócios
internacionais.
A receita líquida subiu 17,9 % ano a ano, a
764,9 milhões de reais, enquanto o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos
juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 122,8 milhões de reais no
período, um avanço de 15,3 %.
A Alpargatas pretende dar impulso aos resultados adicionando a marca
Havaianas a uma linha de vestuário e crescendo através de aquisições de marcas
de "novo luxo" .
A
fabricante das sandálias Havaianas, tenta recuperar o atraso em relação à
Grendene SA depois de subestimar a demanda interna pelos calçados.
Uma segunda fábrica vai aumentar a capacidade de produção em 38%, para
360 milhões de pares de calçados por ano, já começaram os testes operacionais e
deve estar em plena produção nos próximos meses. O investimento vai ampliar as
vendas de Havaianas no País depois de uma queda de 4,8% no volume do primeiro trimestre. Com estoques limitados, a Alpargatas sacrificou
sua participação no mercado doméstico para atender contratos de exportações,
que cresceram 42 por cento no primeiro trimestre.
A Alpargatas pretende dar impulso aos
resultados adicionando a marca Havaianas a uma linha de vestuário e crescendo
através de aquisições de marcas de novo luxo.
As ações da Alpargatas acumulam alta de 22% de
em abril de 2013 , depois de uma queda de 10 % no primeiro trimestre. .
Considerações finais
Este trabalho teve como
objetivo realizar um estudo das estratégias de mercado utilizadas pela São
Paulo Alpargatas S.A. que foram essenciais para que as Sandálias Havaianas
emergissem do período de declínio do seu ciclo de vida .
O estudo do ciclo de vida
do produto e suas inúmeras estratégias utilizadas no decorrer de cada fase são
importantes, já que o objetivo principal das empresas é permanecer no mercado
com o melhor posicionamento possível.
A aplicação da correta estratégia
pode traduzir em retardamento da fase de declínio do produto, o que, intuitivamente,
traz maior vantagem para a empresa.
A receita de sucesso das
Havaianas pode-se traduzir na correta aplicação de estratégias no momento mais
oportuno. A Unidade de Negócios das Havaianas soube o momento certo de
findar-se no mercado como uma marca global de sandálias quando nenhuma outra
empresa optou por preencher este espaço. Além disso, a situação econômica do
país favoreceu a aplicação de estratégias para seu reposicionamento.
A Alpargatas precisa focar
em diferenciação de seus produtos com gerenciamento de sua marca para que isso
possa se traduzir em vantagem competitiva dentro de seu setor. De certa forma,
a busca pela customização em massa pode estar aliado à isso, traduzindo em mais
uma estratégia para prolongar seu ciclo de vida.
Na Vida Agrociência
empresa pela qual a Alessandra trabalha,
por ser uma revenda ,procura diferenciar seus produtos trabalhando com
diferentes e conceituados fornecedores , procurando abranger o maior numero de
produtores que irão adquirir nossos
produtos. Assim como a Alpargatas usou do Marketing para expandir seus negócios
a empresa Vida também utiliza este procedimento para que chegue até o
consumidor final toda informação que necessita para assim usar nossos produtos
de maneira adequada.
Fonte: Alessandra Amancio Mendonça da Silva, Fabíola Duó, Lucia Helena do Prado e Tais Tadeu, graduandas do curso de Administração de Empresa da Faculdade de Jaguariúna.
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